Destas revoluções que iremos experimentar, a robótica é sem dúvidas a mais profunda. A genética e a nanotecnologia nos trarão possibilidades incríveis ao nos aprimorar, é verdade. Mas, filosoficamente falando, nada se compara com a radical revolução da robótica.
O futuro será mais fantástico do que qualquer coisa que já tenha sido imaginada. A limitação da inteligência artificial é cada vez menor. A fonte de como criar sistemas mais inteligentes virá do nosso próprio cérebro. Descobrimos como olhar o cérebro mesmo através do crânio. A resolução de nossos scanners duplica todos os anos. A quantidade de dados que conseguimos duplica todos os anos. Estamos aprendendo que podemos usar estes dados para criar modelos funcionais e simulações de regiões do cérebro. Neste ritmo exponencial, iremos compreender como nosso cérebro funciona em 20 anos. Compreendendo como a inteligência funciona, seremos capazes de criar sistemas similares que trabalhem tão bem, aliás, melhor que o cérebro humano. Os computadores de hoje já conseguem fazer coisas que não conseguimos. Pegue estas vantagens das máquinas e junte-as com o poder de reconhecimento de padrões, inteligência emocional que temos. Esta será uma combinação muito poderosa. E estas inteligências artificiais irão continuar a expandir-se exponencialmente. Nossos cérebros biológicos são constantes.
Kevin Warwick é um renomado cientista no campo da cibernética. Ele se tornou bastante conhecido pelas experiências de implante que conduziu em si mesmo. A mais séria foi um conjunto de 100 eletrodos implantados nos nervos medianos do seu braço esquerdo. Então, fios saíam do seu braço para um pequeno bloco conector e, assim, era possível conectá-lo. Após a cirurgia, Warwick foi para Nova Iorque e plugou o seu sistema nervoso na internet em tempo real. Foi estabelecida uma conexão com um robô que ainda estava na Inglaterra. Então, quando a mão robótica tocava um objeto, o seu cérebro recebia impulsos elétricos.
Quando os cirurgiões retiraram o implante, perceberam que o tecido corporal à volta do implante tinha crescido, colocando-o em posição. Muito rapidamente, mentalmente e fisicamente, torna-se parte de você. Quando você ligar o cérebro humano a uma rede de computadores, não só você poderá melhorar a comunicação sensorial como poderá pensar em muito mais dimensões entre outras vantagens. Enquanto humanos, somos bastante limitados no que podemos fazer, podemos aumentar esta capacidade sensivelmente.
Memórias flash que poderemos ligar ao nosso cérebro, liga-lo a programas de cálculo e estatística, pesquisar no Google diretamente do nosso lobo frontal... Haverá muitas expansões para a mente, através da interação entre cérebro humano e tecnologia. A questão é: Quão longe você pode ir e ainda ser humano?
À medida que nos fundimos com as máquinas, e nós iremos, é inevitável, vamos nos transformar em algo novo. À medida que a tecnologia se torna vastamente superior ao que nós somos, a pequena dimensão que ainda é humana vai tornando-se menor e menor, até que se torne insignificante.
Qualquer um que venha a resistir a este progresso, estará resistindo à evolução e, fundamentalmente, acabará por se extinguir. A questão não é ser bom ou mau. Irá acontecer.
Quais radicais implicações podemos enxergar nesta fusão? Discutiremos no próximo post.