sábado, 25 de fevereiro de 2012

Revolução GNR: Robótica

Destas revoluções que iremos experimentar, a robótica é sem dúvidas a mais profunda. A genética e a nanotecnologia nos trarão possibilidades incríveis ao nos aprimorar, é verdade. Mas, filosoficamente falando, nada se compara com a radical revolução da robótica.
O futuro será mais fantástico do que qualquer coisa que já tenha sido imaginada. A limitação da inteligência artificial é cada vez menor. A fonte de como criar sistemas mais inteligentes virá do nosso próprio cérebro. Descobrimos como olhar o cérebro mesmo através do crânio. A resolução de nossos scanners duplica todos os anos. A quantidade de dados que conseguimos duplica todos os anos. Estamos aprendendo que podemos usar estes dados para criar modelos funcionais e simulações de regiões do cérebro. Neste ritmo exponencial, iremos compreender como nosso cérebro funciona em 20 anos. Compreendendo como a inteligência funciona, seremos capazes de criar sistemas similares que trabalhem tão bem, aliás, melhor que o cérebro humano. Os computadores de hoje já conseguem fazer coisas que não conseguimos. Pegue estas vantagens das máquinas e junte-as com o poder de reconhecimento de padrões, inteligência emocional que temos. Esta será uma combinação muito poderosa. E estas inteligências artificiais irão continuar a expandir-se exponencialmente. Nossos cérebros biológicos são constantes.


Kevin Warwick é um renomado cientista no campo da cibernética. Ele se tornou bastante conhecido pelas experiências de implante que conduziu em si mesmo. A mais séria foi um conjunto de 100 eletrodos implantados nos nervos medianos do seu braço esquerdo. Então, fios saíam do seu braço para um pequeno bloco conector e, assim, era possível conectá-lo.  Após a cirurgia, Warwick foi para Nova Iorque e plugou o seu sistema nervoso na internet em tempo real. Foi estabelecida uma conexão com um robô que ainda estava na Inglaterra. Então, quando a mão robótica tocava um objeto, o seu cérebro recebia impulsos elétricos.
Quando os cirurgiões retiraram o implante, perceberam que o tecido corporal à volta do implante tinha crescido, colocando-o em posição. Muito rapidamente, mentalmente e fisicamente, torna-se parte de você. Quando você ligar o cérebro humano a uma rede de computadores, não só você poderá melhorar a comunicação sensorial como poderá pensar em muito mais dimensões entre outras vantagens. Enquanto humanos, somos bastante limitados no que podemos fazer, podemos aumentar esta capacidade sensivelmente.
Memórias flash que poderemos ligar ao nosso cérebro, liga-lo a programas de cálculo e estatística, pesquisar no Google diretamente do nosso lobo frontal... Haverá muitas expansões para a mente, através da interação entre cérebro humano e tecnologia. A questão é: Quão longe você pode ir e ainda ser humano?
À medida que nos fundimos com as máquinas, e nós iremos, é inevitável, vamos nos transformar em algo novo. À medida que a tecnologia se torna vastamente superior ao que nós somos, a pequena dimensão que ainda é humana vai tornando-se menor e menor, até que se torne insignificante.
Qualquer um que venha a resistir a este progresso, estará resistindo à evolução e, fundamentalmente, acabará por se extinguir. A questão não é ser bom ou mau. Irá acontecer.

Quais radicais implicações podemos enxergar nesta fusão? Discutiremos no próximo post.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Revolução GNR: Nanotecnologia

A biologia é realmente impressionante. Bastante intrincada e inteligente, ela possui uma refinada complexidade que nos permitiu chegar até aqui. Mas ela é bem inferior, se comparada em última análise com o que seremos capazes de construir com a nanotecnologia.
                Pense nos primeiros computadores: grandes, caros, ocupavam prédios inteiros e se comparados aos de hoje não possuíam lá grande poder computacional. Mas esta história nós já conhecemos: A tecnologia cresce a um ritmo exponencial. Os computadores dobram a sua capacidade pelo mesmo preço todos os anos. Experimentaremos um novo crescimento de 1 bilhão em preço/performance nos próximos 25 anos e o tamanho será novamente reduzido em 100 mil vezes. Aquele computador do tamanho de um prédio agora cabe no seu bolso. Isso levou 40 anos. Daqui mais 25 anos, esse computador de bolso será do tamanho de uma célula sanguínea.
                A noção que temos sobre computadores será desta forma alterada. Eles não serão mais aqueles aparelhos retangulares e distantes, eles estarão profundamente integrados ao nosso corpo, nos auxiliando, nos tornando melhores. A nanotecnologia de forma simplificada é o estudo que permite manipular a matéria em uma escala atômica e molecular. E nós já estamos construindo agora dispositivos à escala nano.
                Nós estamos cada vez mais próximos dos glóbulos vermelhos robóticos. Análises demonstram que substituindo uma porção dos nossos globos naturais por estas versões robóticas, poderíamos fazer uma corrida olímpica por 15 minutos sem respirar ou sentar no fundo de uma piscina durante 4 horas.

                Seremos capazes de descarregar software contra agentes patogênicos específicos. Inclusive aqueles que nunca foram vistos. Não seremos mais alvos de doenças auto-imunes. Estes nanorrobôs terão o tamanho de células ou mesmo menores. Experimentos conduzidos atualmente na Rice University nos EUA levam pequenas cápsulas pela corrente sanguínea até as células cancerígenas , liberando remédio sem afetar células sadias.
                Percorrendo toda nossa corrente sanguínea, limparão nossas artérias muito antes delas entupirem. Destruirão vírus, bactérias, células cancerígenas muito antes de qualquer dano. Poderão reparar até mesmo as células cerebrais. Na verdade, até mesmo melhorá-las. Nossos neurônios são baseados em impulsos elétricos, um recurso não muito eficiente se comparado ao que podemos experimentar na tecnologia atual. 
                Daqui a duas décadas, estes nanorrobôs farão até mesmo as funções que nossas células e tecidos fazem, mas com uma precisão infinitamente maior. E se olharmos para o que será, em princípio, possível com a nanotecnologia, nós poderemos ir muito mais além das limitações dos nossos corpos “versão 1.0”.

No próximo post veremos um pouco do que poderemos alcançar com a robótica.